Quando os ouvidos dos outros não nos escutam, só nos restam as palavras que saem da nossa mente directamente para o papel... Foi isso que fiz durante alguns anos da minha vida, tão jovem ainda, e que agora tenho coragem de partilhar com quem as quer escutar em silêncio...
quarta-feira, 24 de setembro de 2008
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
quarta-feira, 3 de setembro de 2008
domingo, 31 de agosto de 2008
Um dia...
Um dia…
Um dia sonhei…
Um dia vivi um pesadelo…
Um dia acordei… desiludi-me…senti-me livre…
Um dia voltei a sentir-me aprisionada numa quimera que só existia dentro de mim. Pura ilusão!
Despertei e chorei lágrimas de dor que saíam do meu coração sem que encontrassem um local para repousar a minha alma. Soltavam-se noite e dia sem descanso, encurralavam-me na minha solidão, brotavam dos meus olhos, escorriam pelo meu rosto, que nem os raios de sol confortavam com o seu eterno calor.
Um dia tu vieste ao meu encontro. Secaste-me as lágrimas. Ancorei no teu olhar, prendi-me no teu abraço, naveguei ao sabor dos teus beijos de ternura que há muito esperava receber.
Um dia escutei sem dor as músicas que me ensinaste a ouvir…
Um dia aprendi que muito se pode aprender escutando o nosso silêncio.
Um dia serenei aconchegada pala lua e pelas estrelas que nos embalaram na praia deserta.
Um dia ouvi o murmúrio do mar na noite calma.
Um dia vi o nevoeiro dissipar-se, dando lugar ao pôr-do-sol radiante beijando o mar imenso, tal como a magia dos teus ternos beijos que chegaram de mansinho para apaziguar o meu pranto e secar as minhas lágrimas.
Um dia vivi… um dia fizeste-me sonhar…
Vivi um sonho que julgava só os sonhos poderem dar e desejei não acordar.
Um dia voltaste a fazer-me sorrir e chorar também. Mas agora não é um choro de lamento. É um libertar de emoções que nunca antes senti, ao viver este sonho que nunca antes sonhei, pois cuidei não existir…
Revivo cada instante, espelha-se a paz no meu olhar, a esperança no meu rosto, a calma no meu corpo, a quietude e o sossego no meu coração.
Respiro cada odor deixado em cada recanto do meu pensamento.
Ouço as baladas que percorrem todo o meu ser, sem me levar ao cansaço.
Sinto na pele o veludo das rosas que me devolveram o sorriso.
Toco as pétalas frescas que me lembram o teu toque suave e guardo-as como um tesouro.
Olho para as suas cores que me recordam o teu meigo olhar, o teu sorriso encantador…
Adormeço aconchegada pela luz ténue das velas que nos guiaram no sonho que um dia me fizeste viver, do qual eu não queria acordar.
Adormeço na esperança de um dia surgir um outro dia, um outro sonho, onde não precise de fechar os olhos para poder sentir os perfumes que me rodeiam, para poder escutar os sons que pairam em cada lugar onde vou e que me acalmam, para poder pintar a minha vida com as cores que me ofereceste, para poder sentir o toque aveludado do carinho que só tu me sabes dar, para poder escutar de novo o nosso coração bater no mesmo compasso.
Adormeço com o sorriso com que um dia me deixaste, através dos momentos mágicos que construíste e que me devolveu a felicidade que julgava ter perdido um dia.
Mitigaste-me o sofrimento que um dia me assolou por um sonho que só eu tive, que não consegui viver e que se tornou melancólico.
Resido agora no dia inolvidável com que me presenteaste e que ocupa o decorrer dos meus dias e me inspira a escrever estas palavras que se soltam dos pensamentos esculpidos na minha memória e que fluem acompanhados das baladas que escutámos juntos, agora que estás distante do meu olhar, porém cada vez mais junto do meu peito.
Revivo a cada instante esse dia que nenhum dia irá arrancar da minha lembrança.
Um dia que será para sempre um dia…
domingo, 24 de agosto de 2008
sábado, 16 de agosto de 2008
segunda-feira, 11 de agosto de 2008
sexta-feira, 25 de julho de 2008
Esperança
Languidamente vagueiam os meus tristes e melancólicos dias numa esperança quase esquecida de me ver novamente nos teus braços e de sentir outra vez o teu calor.
Já nem escuto a tua voz… deixaste de me falar…
Ouço apenas um eco ténue que insiste em não sair do meu pensamento nostálgico.
Já não te procuro, apenas espero…
Apenas espero que tu me encontres.
Já não choro por ti, apenas deixo que a tua lembrança percorra o meu pensamento.
O meu sentimento? Parece adormecido, guardado no cofre do passado recente, esperando que tu o abras, para que ele possa viver de novo pleno e feliz, como já foi outrora.
O meu sonho? Foi apenas uma névoa numa fresca manhã de Outono… Dissipou-se e deu lugar agora a um dia sombrio.
Acordei da pior forma, sem que me acordasses. Acordei como se tudo não tivesse passado de uma ilusão, como se não tivesses existido na minha vida, quando fazes parte da minha existência.
Sinto por vezes o sabor a fel de uma despedida, quando nunca se disse “adeus”, onde no ar só ficou um “até breve”.
Cruzo rapidamente por ti. Tão rápido como se fosses uma sombra… Nem sei se és mesmo tu… Tudo pára à minha volta. Toda eu estremeço, o meu coração bate descompassadamente. Será alucinação?
Ouço novamente a tua voz… doce e meiga. Serena a minha alma. Inflamam-se-me os sentidos e renasce a esperança de te reencontrar. Só em ti eu me revejo. Só contigo eu quero estar.
Cercam-me os homens buscando prazer. Um prazer que não lhes posso dar, pois cada vez me sinto mais tua. És só tu quem eu desejo. És só tu quem eu amo.
Sou carniça atirada aos cães esfaimados. Luto para fugir, pois neles nada encontro a não ser um corpo que lhes transporta uma mente vazia e despojada de valores.
Vão-me fluindo as palavras enquanto o sono não me vence. Sinto-me cansada e quero adormecer para poder viver esta quimera. Adormeço contigo a habitar os meus sonhos. Porém os sonhos não me alimentam. Estou frágil e preciso de ti. Careço do teu afago, do teu carinho, de ouvir a tua voz numa fusão com o som das ondas do mar, de fixar o teu olhar brilhando com o encanto da claridade da lua, deitados nas dunas que já nos serviram de ninho, nos tempos em que as amarguras nunca tinham ocupado os prados verdejantes da nossa inocência.
Dizes que te queres encontrar… Encontrar-te-ias se não me tivesses encontrado? Encontrar-te-ias se eu não te amasse tanto assim? Algum dia a dor te vai abandonar e permitir que te encontres?
Perpetuam-se assim os meus dias com o desejo que ao te encontrares me encontres também e que possamos viver a história que me faz acreditar no amor.
Languidamente se somam os dias e lentamente vai nascendo um novo alento, enquanto a fadiga não toma conta de mim.
Até quando vai perdurar?
sexta-feira, 4 de julho de 2008
Lamento
Escuto o meu lamento no silêncio da tua ausência.
Quero sentir o toque suave dos teus dedos afagando o meu cabelo, o encanto dos teus lábios sussurrando aos meus ouvidos, beijando a minha boca ávida de desejo, ver o teu olhar de ternura que me serena a alma e agita o meu corpo.
Ficou no ar a esperança quando a ti me entreguei. A esperança de um amor renascido do Inverno da minha existência. A esperança de uma promessa que nunca foi feita. Terá sido apenas ilusão? Terei sonhado demais? Não queria acordar...
Não! Não quero aceitar uma traição do destino!
Quero-te na minha vida. Preciso de ti. Preciso que continues a fazer parte das páginas da minha história inacabada, incompleta.
Sinto um vazio invadir-me. Já não te sinto a preencheres-me. Estás agora distante, podendo estar tão perto.
O que te impede? Se calhar nem tu sabes...
Agora, no rosto onde já brilhava um sorriso sonhador, arrastam-se as lágrimas amargas da desilusão. Mais uma desilusão a somar aos desencantos vividos nesta minha curta passagem.
O mar que eu julgava serenado, agita-se novamente numa tormenta que me quebra ainda antes de conseguir ancorar no teu porto.
As forças começam a abandonar-me.
Sinto-me só neste mar sem fim. Sou navio encalhado neste oceano frio e deserto.
Procuro-te e tu não estás... Apenas persistes no meu pensamento. Ouço a tua voz, mas a minha dor continua.
Desfaleço a cada hora, a cada dia que passo sem ti.
Somam-se os dias... Diminuem-se as esperanças... E choro...
Choro até que o sono me vença e a almofada me acolha no sossego do meu leito.
Adormeço ao som do meu lamento no silêncio da tua ausência.
Mais uma noite...
Mais um amanhecer...Mais um despertar...
Mais uma esperança...
Até que o cansaço me vença...
terça-feira, 17 de junho de 2008
quinta-feira, 10 de abril de 2008
domingo, 30 de março de 2008
segunda-feira, 10 de março de 2008
Ancorada
segunda-feira, 3 de março de 2008
Terror ressuscitado
Pedi que terminasse o sofrimento, mas somente choravam palavras de mágoa e uma dor que me alucinava.
sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008
Saudade
Perda
Desejo
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008
Despertar
Mundo de incertezas
Sinto-me cercada como uma presa que não tem para onde fugir.
Vejo-te em toda a parte e não te vejo em parte alguma.
Desespero...
Choro e rio...
Atormento-me e acalmo-me...
Quero-te e não te posso querer...
Sinto dor, sinto prazer...
Prazer ao pensar em ti, ao imaginar sentir o teu corpo colado ao meu.
Deitada na areia escaldante, imagino-me como um rio que desliza as suas águas no teu leito macio, para depois me acalmar na tua foz. Logo de seguida sou lançada ao mar e recomeça a minha inquietude.
Não consigo deixar de pensar em ti. Parece loucura!
Não sei o que fazer.
Preciso esquecer-te, mas não quero.
Eu queria ter-te aqui, queria estar perto de ti...
Porém, só agora os nossos destinos se cruzaram e outros valores se apoderaram das nossas vidas.
O desejo é forte!
Até quando vamos conseguir resistir?
Preciso do teu abraço forte para apaziguar o meu espírito ou para incendiá-lo ainda mais...
Que sensações antagónicas que tenho dentro de mim! Não sei como lidar com elas.
Sinto o teu toque suave a percorrer o meu corpo e sinto as minhas mãos tocarem o teu.
Fecho os olhos e os nossos lábios trocam beijos ardentes de paixão!
Sou interrompida por um despertar que me volta a atormentar e volto a ficar envolta num mundo de incertezas...
A dor da verdade
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008
Vida e mar...
Preciso...
Preciso de colo, preciso de carinho...
Sentir-me segura e amada e ficar sossegada, a sentir as tuas carícias e a tua respiração.
Estou envolta numa solidão!
Queria sentir-me de novo pequenina, tal como uma criança que necessita de colo para se acalmar.
Quero os teus braços fortes a envolverem o meu corpo num suave aperto.
Sinto a tua falta. Sinto falta de um ombro amigo que me escute e me compreenda, sem nada perguntar.
Não quero que me questionem. Somente que me escutem.
Já não aguento mais!
As lágrimas correm-me pelo rosto, sem saber qual a razão. Ou será que sei e não consigo admitir?
Já não sei se o amo ou se vale a pena continuar a investir nesta relação...
Só queria estar perto de ti ou então ver-te ao longe... Apenas ver-te e sentir a tua presença, o teu olhar.
Julgava já estar bem.
Assaltam-me novamente os pensamentos e vem o desespero, a angústia, um aperto, um arrepio, uma mistura de sensações que por vezes não sei descrever.
Quero-te e não te quero!
Não consigo controlar o meu desejo.
Não consigo acalmar o meu coração.
Já é tarde e o sono tarda em chegar.
Fecho os olhos numa tentativa de te ver.
Eis que vislumbro o teu rosto e vejo-te a caminhar para junto de mim. Então as nossas mãos tocam-se e a nossa paixão é selada por um beijo quente e profundo.
Não! Não quero acordar!
Mas a realidade é mais forte que o meu sonho e desperto...
Desperto de novo para para a minha vida, para a minha solidão...
Pensamentos incertos
...2005
2005 está a chegar e o meu sofrimento continua.
De vez em quando assaltam-me as dúvidas, as angústias, os receios, os anseios... Dá-me vontade de chorar, mas então penso... penso nos meus filhos e que tenho que despender de todas as minhas forças para continuar a dar-lhes amor e carinho.
Quanto à minha dor, essa continua bem forte.
As feridas saram, mas a dor... Ah! essa está lá no meu peito, oprimindo o meu coração.
Por vezes parece que vivo num pesadelo que nunca mais acaba. Vivo sobressaltada pela ideia de que, apesar de fazer coisas normais, nas mentes doentes e maldosas, transformam-se nas piores atitudes do ser humano.
A falta de respeito e de humanidade chegou à minha vida.
Sou oprimida, acusada, humilhada, agredida. Nestas alturas há um grito interior que clama: "Chega!"
...De seguida vêm os pedidos de desculpa, o "amo-te" e, mais uma vez, o benefício da dúvida, a esperança de que cheguem os ventos de mudança.
Até quando isto vai durar?
Todos os pesadelos têm um fim, quando acordamos...
Qual será o final deste?
Quando vai ser o acordar?
terça-feira, 26 de fevereiro de 2008
Amor impossível...
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008
Sonho
Acordo para mais um dia, em que anseio ver-te e ficar nos teus braços, sentindo o teu calor, ouvindo as nossas respirações ofegantes...
Magoa-me saber que pensas que quero mais alguém, quando és só tu quem eu quero.
Ouço um grito interior que teima em ficar mudo, quando quero extravasar aquilo que sinto por ti. Como eu queria gritar para o mundo a plenos pulmões, mas a voz da razão faz-me calar o grito que fica entalado na minha garganta e sufoca-me!
Quero que acalmes as águas revoltas do meu ser quando penso em ti e sinto que não te posso ter...
Quero que sejas o meu porto seguro nas águas serenas de um rio que corre com destino ao mar. Um mar que se agita, que brinca, que vibra de vida... tal como eu me sinto quando estou junto de ti.
Sossega-me... Agita-me... Faz-me viver... Faz parte do meu sonho acordado...
Sonho contigo e desperto. As mãos escorregam pelo lugar frio ao meu lado. Um espaço que eu queria que fosse teu, que te pertencesse. Fico acordada e invadem-me os ciúmes. Ciúmes de quem partilha contigo o teu leito, no lugar que eu queria que fosse meu, onde eu te poderia contemplar enquanto dormias, onde eu te poderia abraçar e sentir o teu calor, enquanto tentava também eu adormecer.
Nada mais resta que o silêncio da madrugada. Um silêncio atroz que me fere e mata por dentro, que me faz sofrer.
Mais um dia sem te ver, mais uma noite sem te ter...
Somam-se assim os dias e as noites e eu continuo a sonhar.
Valerá a pena sonhar?
Valerá a pena continuar a adormecer aguardando os sonhos onde tu entras, mas onde eu não te posso tocar?
Desespero. Fico sem saber o que fazer e acordo.
Acordo para mais uma madrugada fria e olho para o lugar vazio ao lado do meu, que poderia ser teu.
Mais um dia sem ti...
E assim se somam os dias e se diminuem as esperanças, aguardando por um breve momento contigo, onde preencho parte do vazio que há em mim. Um momento onde consigo ser feliz e onde por instantes esqueço a dura realidade em que vivo, onde restam depois apenas os sonhos não vividos por inteiro.
Espero por ti. Espero e tu não respondes às minhas solicitações...
Estarás muito ocupado?
Não pensarás mais em mim?
Responde-me!
Diz qualquer coisa, por mais banal que seja...
Tira-me desta ilusão. Diz-me para ter juízo, pede-me para te esquecer, pede-me para acordar.
Ou então faz-me acreditar que o meu sonho pode ser possível e que não posso desistir, pois pior que morrer é deixar um sonho morrer.
Valerá a pena sonhar?
Amanheceu... Acordo para mais um dia...
Irá o sonho esvanecer-se?...
domingo, 24 de fevereiro de 2008
Traição?...
Filha
No entanto, sinto que me pertences, desde o dia em que soube da tua presumível existência.
És minha! Pertences-me! És parte de mim! Amo-te!
Desde o primeiro dia que senti que és a filha que sempre desejei. A minha filha...
Juntamente com o teu irmão, são o elo que une a nossa família, que nos fazem valorizar a vida, que nos fazem lutar e acreditar no dia de amanhã.
Perdoa-me se te tenho feito sofrer dentro de mim.
Perdoa-me se sentes o meu sofrimento que só a mim me diz respeito.
Eu devia ser o teu porto seguro, inabalável, mas sinto-me incapaz, pois as mágoas têm sido muitas. O choro, por vezes, parece não terminar, a tristeza reina dentro de mim e não tenho vontade de viver mais...
De súbito, sinto a tua vida e tenho vontade de lutar mais um dia.
Um dia após o outro, com fé e esperança que o futuro nos sorria e que tenhamos momentos de felicidade.
Sim, digo momentos, pois a vida não é plena de felicidade.É feita de momentos que vamos relembrando ao longo da nossa existência.
Mas só de vos sentir parte de mim, eu sou feliz!
Nuvem de fumo
Folhas de Papel
As únicas com quem posso realmente desabafar, que me compreendem, mas que infelizmente não me dão respostas...
Há já algum tempo que não necessitava de vos falar. Ou talvez tivesse receio de o fazer. Hoje chegou novamente esse dia.
Há alturas da nossa vida em que surgem dúvidas.
A fé.
Será legítimo perdê-la, revoltarmo-nos contra quem nós sabemos que é Omnipotente e que nos governa o nosso destino?
Com que direito questionamos aquilo que nos está destinado, a partir do momento em que pedimos para voltar?
Com que direito se pede a uma pessoa para não dizer aquilo que nos vai na alma?
E serão estes os pensamentos que te vão na alma?
Quando mos transmites peço a Deus que não te ouça, que te perdoe e tenho esperanças que não sintas aquilo que dizes. Tenho esperanças que sejam blasfémias, fruto de uma substância que te faz falar assim, que faz com que te transformes num homem que nunca desejei conhecer.
Essa substância... Esse líquido... Esse veneno... Repugna-me! Tenho nojo e ódio quando falo nele!
Destruidor de lares! Foi ele que tirou parte da minha alegria de viver.
Por causa desse intruso tenho chorado lágrimas de sangue, pois ele é o causador de tanto sofrimento, o que faz repetir as palavras que magoam e destroem o mais forte dos sentimentos.
No final, quando o confronto de ideias termina, surgem as dúvidas, os sentimentos que se misturam, as recordações e os medos que nos assombram os pensamentos.
Já não tenho certezas.
Tudo é confuso! Tudo é confuso!
E só vocês me ouvem, minhas folhas de papel, mas nada me dizem...
Filho
Minha Vida!
Aquele que me faz viver e ter esperança no dia de amanhã.
Oh, Luz dos meus olhos!
És aquele por quem sempre ansiei.
És o fruto de um amor sofrido, mas herói, vencedor.
Para ti eu olho e vejo espelhado a inocência de um ser que nos ama e só nos pede o nosso amor em troca.
Cada dia que passa vejo-te crescer e cresce ainda mais o meu amor por ti.
Cada dia que passa sinto cada vez mais que a minha vida sem ti não faria sentido.
Quando te olho, lembro-me do amor que te originou, aquele que sempre soube vencer, apesar do destino duro e amargo se ter cruzado tantas vezes por nós.
Então nasceste e o nosso amor cresceu ainda mais e nós repartimo-lo por um ser inocente, que és tu, meu filho!
Porto de abrigo
Sempre que me sentia só, procurava o teu colo e sentia-me segura, no meu porto de abrigo.
Sempre que me sentia angustiada, deprimida, eu procurava-te.
Podia vir a maior tempestade, eu não sentia medo, pois tinha o meu porto de abrigo.
Agora sinto-me só e não tenho onde me abrigar.
Sinto-me angustiada e deprimida e tu estás longe, mesmo estando perto.
Por vezes parece que tudo se está a desmoronar e sinto medo, sinto-me perdida, sem saber o que fazer.
Já não tenho mais argumentos. Sinto-me derrotada por algo que nem argumentos tem para me confrontar e sinto que te vou perdendo...
Volta! Volta a ser o meu porto de abrigo.
Vem e liberta-te!
Volta a ser meu!...
Sofrimento
Vivo num sofrimento...
Sinto-me só, mesmo sabendo que há gente à minha volta...
Quero desabafar com alguém ou apenas contemplar o horizonte sem nada dizer, apenas ouvir o som do silêncio...
Sinto tristeza e solidão...
Não sou compreendida...
Por vezes não tenho vontade de viver.
Tenho vontade de chorar e chorar até que o cansaço me vença e eu adormeça, para voltar a acordar e viver o outro dia, com esperança ou talvez não...
Vejo-me a caminhar num túnel escuro, vazio, onde apenas ouço o eco dos meus próprios passos, do meu pensamento e fico distante.
De repente, vislumbro uma ténue luz ao fundo do túnel que vai ficando mais forte à medida que dela me aproximo e me afaso do vazio e do sofrimento.
Essa Luz!... a minha razão de viver, a minha alegria, a minha esperança, a minha própria vida!
Essa luz brotou de dentro de mim e deu um novo alento à vida.
Fez-me descobrir um novo amor: forte, inquebrável, inabalável. infinito!
É por ele que vivo e luto, sem ver fronteiras nem obstáculos.
Sofro... Mas vivo...