terça-feira, 22 de novembro de 2011

Depois do adeus




Depois do adeus a saudade… depois da saudade, a dor… depois da dor, a agonia, o desejo de te abraçar, os pensamentos nebulosos…
A cada tristeza recordo o teu sorriso…
A cada momento de solidão recordo a tua presença…
A cada lágrima recordo o teu silêncio…
Estás presente em cada gesto, em cada palavra, em cada instante da minha vida…
Impossível não te ter! Impossível dizer adeus quando és a minha própria vida, quando morre um pedaço de mim ao viver sem ti que te refletes em cada olhar marejado de lágrimas.
Foram esses reflexos da alma que me golpearam com raios de indecisões, ensurdeceram-me com os seus silêncios, sem as respostas que eu almejava, fulguraram-me inesperadamente no meu refúgio, descalçaram o meu equilíbrio e me precipitaram num mar de tormenta e desordem, submergindo os meus sonhos, fazendo com que dos meus olhos brotassem lágrimas de saudade…
Durante este tempo vivi a tua ausência…
A tua ausência é veneno que vai matando, é a solidão que me vai destruindo, é o tempo cruel que não passa para que possa ver-te outra vez.
E ao ver-te tenho a certeza de que não consigo viver sem ti, não conseguimos dizer adeus…
Porque depois de cada despedida, dos nossos encontros sob a luz das estrelas, nossas almas se encontram sempre e por esse momento sempre sonhamos.
E depois do adeus retomamo-nos nos braços e vivemos de novo o nosso amor…

sábado, 12 de novembro de 2011

Morre um pedaço de mim



Morre um pedaço de mim…
Embriago-me com o teu encanto que paira por todo o local que visito nas minhas lembranças. Inebria-me o som da tua voz, as tuas palavras sábias que se soltam dos teus lábios e que sequiosamente eu bebo.
Morre um pedaço de mim, de cada vez que eu penso que não voltarei a beijar a tua boca, que não poderei entrelaçar os meus dedos nos teus cabelos com a intensidade do carinho que sinto por ti, que não tocarei o teu corpo que estremece de desejo quando nos aproximamos, que não nos perderemos novamente nos braços um do outro.
Morre um pedaço de mim por cada passo que dou sem te ter ao meu lado, por cada olhar que se cruza com o meu, por cada sorriso que se esboça num rosto e que não é o teu.
Morre um pedaço de mim por ver que te tive sem te ter, que passaste as noites comigo apenas em pensamento, que secaste as minhas lágrimas, ainda que a distância nos separasse, que me fizeste sorrir quando achava que já não havia motivos para sorrir, por saber que estás, mas não estás por inteiro.
Morre um pedaço de mim ao pensar que afinal me contentei com as migalhas que me foram sendo atiradas, com os momentos únicos que passámos e que sempre foram esquartejados pela hora do até breve.
Morre um pedaço de mim ao pensar que os planos e os sonhos só a mim me pertenciam, apesar de também estar presente no teu pensamento, pensar que sempre haveria amanhã, mas que não caminharias ao meu lado e que eu seria uma sombra.
Morre um pedaço de mim ao pensar que demorámos uma eternidade a encontrar-nos e que agora a razão nos obriga a dizer adeus, porque nos encontrámos tarde de mais.
Morre um pedaço de mim ao pensar que afinal o coração tem razões que a razão tão bem conhece e que por vezes só o amor não chega para ultrapassar as barreiras dos homens.
Morre um pedaço de mim ao saber que o meu coração é só teu, que jamais irei amar alguém como te amo, que haverá poucos seres como tu, que não viverei as emoções que me fizeste sentir, que dificilmente encontrarei alguém que me compreenda apenas pelo timbre da voz, ou por um gesto ou pelo olhar. O olhar que nos uniu e que agora nos vê afastar.
Morre um pedaço de mim ao percorrer as minhas memórias, ao recordar-te em cada canto, em cada som ou em cada manifestação por mais simples que seja da natureza, em cada brisa, em cada raio de sol, em cada luar.
Ai o luar! O luar que nos enfeitiçou, que nos preencheu com retratos de amor e que nos juntou num abraço.
Morre um pedaço de mim ao recordar esse abraço que iniciou a nossa história e que agora lhe dita o atroz final.
Morre um pedaço de mim ao sentir que uma parte da minha alma abalou contigo e que não sei se algum dia a poderemos unir, para sermos felizes por completo.
Morre um pedaço de mim ao viver a ansiedade de imaginar se algum dia os nossos caminhos se irão cruzar outra vez, sem termos trevas que nos atormentem ou razões que nos façam abdicar do nosso amor.
Morre um pedaço de mim ao tentar juntar os estilhaços do meu coração que não tem sossego e que teima em fazer-te persistir em mim.
Morre um pedaço de mim por cada grito que me sai das entranhas, por cada lágrima que escorre pelo meu rosto, outrora alegre e agora toldado pela tristeza que assombra a minha alma.
Morre um pedaço de mim ao tentar fechar o livro da nossa história que ainda tem tantas folhas para escrever, tantas palavras por dizer, por ficar gravadas e que agora só nos resta a dor para chorar.
Morre um pedaço de mim ao fazer um luto que não desejava…
Morre um pedaço de mim, mas não morre o meu amor…

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Destino...



Quis o destino que nesta data o nosso amor fosse selado...
Quis o destino que hoje não estivéssemos juntos para a celebrar...
Quer o destino que longe ou perto a nossa lembrança não a olvide...
Quer o destino que volvidos três anos me assaltem a memória as tardes de domingo solitárias, as noites que passo sem te ter ao meu lado, os aniversários e Natal que partilhamos apenas em pensamento...
Tento rebuscar as palavras para definir aquilo que sinto. Flutuam à minha volta, brincam às escondidas no meu pensamento. Tento apanhá-las, mas não sou capaz, pois sinto cada vez mais as forças a fugirem, como se de areia se tratasse quando apertada entre os dedos...
Tudo ao meu redor evoca a tua presença: a música que escuto, o calor do sol beijando a minha face, o vento acariciando o meu cabelo, o sussurrar das ondas num vai e vem desconcertante.
Recordo-nos perdidos nos braços um do outro, sorvendo o sal das lágrimas que escorrem dos nossos olhos, fundindo-se numa só lágrima que nos pertence. Assaltam-nos pensamentos sem rumo certo, desembocando num beco sem saída ou numa estrada tumultuosa, fazendo sair gritos de dor do peito, que sangra a cada palavra que se diz, a cada silêncio que se sente...
Quererá o destino que continue a amar-te em segredo, sem certezas, com o futuro almejado apenas em sonhos?
Quererá o destino que chore a tua ausência nas longas noites em que abraço apenas a tua lembrança, nos domingos em que passeio sem ti ao meu lado, nas noites de natal em que anseio abraçar-te e dar-te todo o meu amor?
Quererá o destino que estremeça todas as vezes em que escuto uma porta abrir-se, vislumbrando o teu terno semblante a entrar na minha vida?
Quererá o destino que reprima o meu grito que quero lançar ao vento a clamar o quanto te amo?
Tantas perguntas no ar, tantas questões por responder...
Não sei se alguma vez conseguiremos a resposta...
Enquanto as respostas não alcançar, quero apenas ter tempo...
Tempo para poder descansar do peso da dor que trago no meu peito.
Um tempo onde possa chorar sozinha, livremente, para depois, mais leve, poder secar o meu rosto e lutar novamente.
Lutar por um destino...

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

A dor da perda



O dia adivinhava-se sereno, com os raios da manhã despontando por entre a ténue neblina que pairava no ar. Estava uma manhã fresca quando a minha dor esmoreceu um pouco ao encontrar o teu semblante calmo naquele lugar de paz soturna. A minha alma encontrou a tua no abraço que trocámos longe dos olhares indiscretos.
O corpo que te deu vida jazia agora no sossego eterno e reinava o silêncio naquela sala onde ecoava o som da nossa respiração profunda.
À medida que a hora da despedida se aproximava era meu desejo estar ao teu lado, para te confortar neste doloroso momento, para apaziguar a tua alma e poderes partilhar as tuas mágoas. Mas esse lugar já estava ocupado, embora esse se apresentasse apenas na minha imaginação. Sei que se visse, a dor seria dilacerante e poderia parecer egoísmo meu querer-te só para mim...
Apesar da distância física que por vezes nos separa, os nossos corações estão unidos em todos os instantes, embora tal atormente a minha existência, pois cada vez mais preciso do teu regaço para recolher as minhas lágrimas que escorrem de cada vez que penso que não posso mostrar ao mundo que estou ao teu lado e que te pertenço como um todo.
Agora que a hora do adeus já não pode mais esconder-se por detrás dos prantos, vislumbro no meu pensamento o teu olhar triste, outrora vibrante, pedindo que fique calma, para que possas também ficar tranquilo.
Sinto-me calma embora não possa fazer desaparecer a dor que contigo comungo, pois o teu sofrimento é o meu também.
Nesta hora de consternação apenas quero dedicar-te esta singela homenagem, mostrar o meu carinho por ti e dedicar-te todo o meu amor, almejando que a coragem e a determinação não te abandonem em nenhuma altura da tua vida.
Amo-te com toda a força da minha alma!

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011