sexta-feira, 4 de julho de 2008

Lamento




Escuto o meu lamento no silêncio da tua ausência.
Quero sentir o toque suave dos teus dedos afagando o meu cabelo, o encanto dos teus lábios sussurrando aos meus ouvidos, beijando a minha boca ávida de desejo, ver o teu olhar de ternura que me serena a alma e agita o meu corpo.
Ficou no ar a esperança quando a ti me entreguei. A esperança de um amor renascido do Inverno da minha existência. A esperança de uma promessa que nunca foi feita. Terá sido apenas ilusão? Terei sonhado demais? Não queria acordar...
Não! Não quero aceitar uma traição do destino!
Quero-te na minha vida. Preciso de ti. Preciso que continues a fazer parte das páginas da minha história inacabada, incompleta.
Sinto um vazio invadir-me. Já não te sinto a preencheres-me. Estás agora distante, podendo estar tão perto.
O que te impede? Se calhar nem tu sabes...
Agora, no rosto onde já brilhava um sorriso sonhador, arrastam-se as lágrimas amargas da desilusão. Mais uma desilusão a somar aos desencantos vividos nesta minha curta passagem.
O mar que eu julgava serenado, agita-se novamente numa tormenta que me quebra ainda antes de conseguir ancorar no teu porto.
As forças começam a abandonar-me.
Sinto-me só neste mar sem fim. Sou navio encalhado neste oceano frio e deserto.
Procuro-te e tu não estás... Apenas persistes no meu pensamento. Ouço a tua voz, mas a minha dor continua.
Desfaleço a cada hora, a cada dia que passo sem ti.
Somam-se os dias... Diminuem-se as esperanças... E choro...
Choro até que o sono me vença e a almofada me acolha no sossego do meu leito.
Adormeço ao som do meu lamento no silêncio da tua ausência.
Mais uma noite...
Mais um amanhecer...
Mais um despertar...
Mais uma esperança...
Até que o cansaço me vença...

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