segunda-feira, 31 de agosto de 2009

30 de Agosto - Data Mágica…




Hoje celebramos o dia em que o nosso amor se manifestou em toda a sua plenitude, como quem navega em busca de um tesouro há muito perdido, escondido no tempo e sente a magnitude de o ter encontrado.
Recordo-o com a suavidade do toque das rosas na minha pele, com a luz frágil descobrindo os nossos olhares, com a música suave que calava as nossas vozes já mudas pelos beijos que percorriam os nossos corpos, enquanto estes mergulhavam na água tépida que ia acalmando a tremura da emoção.
Recordo cada momento em que nos pertencemos por inteiro.
Fecho os olhos e ouço o som dos acordes que me levaste a conhecer em pautas nunca antes lidas…
Consigo sentir os teus dedos percorrendo suavemente o meu corpo em carícias que se misturam com o toque aveludado das pétalas das rosas que perfumavam delicadamente o meu corpo desnudado, iluminado pela ténue e trémula luz das velas…
São tantas as sensações que despertaste em mim…
Ouvi sons que nunca antes ouvira…
Ensinaste-me a escutar as músicas com sentimento…
Chorei quando queria sorrir…
Sorri para não chorar…
Falei… fiz juras de amor apenas com o olhar, sem nada dizer, porém ambos conhecemos essa linguagem.
Assim que os nossos olhares se cruzam, mergulho na taciturnidade das nossas vozes que emudecem logo que os nossos lábios se tocam e nos fazem estremecer a paixão. Deixo-me envolver nas nossas longas conversas mudas que expressam o mais íntimo dos nossos sentimentos. Não precisamos muitas vezes das palavras e entedemos pela sintonia aquilo que nos vai na alma. Apenas pelo olhar… só pelos olhos nos escutamos, ainda que as nossas bocas se encerrem às palavras mais banais.
Ficamos em silêncio…
Debatemo-nos com o fogo da paixão que consome e esgota os nossos corpos colados, sem sabermos onde começa um ou termina o outro, até que o êxtase nos faça parar para nos deixarmos cair nos braços um do outro, agora em sossego.
Com promessas de ternura fomos acolhidos pela noite que nos envolveu nos seus braços de luar.
Assistimos a espectáculos únicos sem nada programar. Olhámos as estrelas que nos cobriram com o seu manto cintilante, deitados na areia fina, tendo só a Lua a vigiar-nos com o seu magnífico esplendor e o mar com as suas águas de prata.
Hoje, que celebramos o dia em que o nosso amor se consumou, vêm-me à memória os sentimentos que me assaltaram a alma, ora dando-me paz, ora trazendo-me a amargura que julgava ter-se apartado…
Tive saudades… angustiei-me com a tua ausência.
Desejei-te em cada encontro; perdi-me nos meus lençóis, buscando o teu corpo quente, mas só encontrei o frio deixado pelas longas madrugadas em que tu não estavas.
Senti ciúmes sem ter direito a tê-los e desfiz-me em prantos de dor, encontrando consolo nos meus braços, quando queria apenas o teu abraço.
Passou de cada vez que te tive…
Voltou de cada vez que abalaste e escutei apenas o lamúrio do eco do meu brado que gritava na solidão da minha essência.
Por entre as estrelas que brilham no firmamento da noite que se anuncia, após o prenúncio do pôr-do-sol no horizonte, vejo escrito o maior sentimento que me enche nos dias em que me sinto amada.
Alimento-me dele, sugando-o até às entranhas, tentando olvidar que não é só a mim que pertences, criando um mundo onde existimos só os dois, sem os olhares reprovadores.
Embarco velejando nas tuas águas calmas e sinto-me navegar novamente em busca do nosso tesouro, neste dia em que celebramos o nosso amor…