sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Saudade

Choro a cada palavra que redijo.
Desejo... Saudade...
Dois sentimentos que me atormentam.
Sinto falta de carinho, do teu carinho.
Recordo os momentos em que os nossos corpos se tocaram num tempo tão breve que quase nem deu para saciar a nossa sede de desejo...
Quero perder-me no teu corpo e adormecer nos teus braços depois do prazer, envolvida no teu calor.
Quero sentir os teus lábios colados aos meus e ouvir a tua voz sussurrar ao meu ouvido, fazendo-me estremecer.
Sinto as forças abandonarem-me!
Quero arrancar-te do meu coração, mas não consigo. É mais forte que a razão.
Sou incapaz de amar seja quem for enquanto permaneceres em mim. Sim, porque tu permaneces em mim!
Não aguento mais!... Começo a abrandar... Começo a desistir...
Quis o destino que os nossos caminhos se cruzassem e esse mesmo destino fere-me com crueldade, ao não me deixar estar junto de ti!
Não sei que voz hei-de ouvir...
Não amo nem me deixo amar.
Sinto-me só!
Vejo-me sozinha na solidão das noites frias de Inverno, envolvida na escuridão, procurando conforto, mas não encontro...
Encontro apenas o silêncio e a tua recordação na minha lembrança.
Fecho os olhos para te ver, mas o frio continua.
O sono vence-me...
Adormeço na esperança de um dia ser tua, de me perder novamente no teu corpo e de adormecer nos teus braços...
Ou simplesmente digo adeus ao meu sonho...

Perda

A dor e o sofrimento que transbordaram do teu olhar, fez-me chorar em silêncio na imensidão daquele lugar soturno.
Fitava-te ao longe sentindo o meu coração dilacerado ao ver-te a contemplar o vazio.
Tive o desejo de te abraçar, de estar junto de ti, para te poder confortar neste momento tão doloroso. Mas esse lugar já estava ocupado...
A tua dor é a minha dor também.
Não. Não sei descrever a dor de perder um pai... sei qual é a dor de perder um filho. Sei qual é a dor de perder um ente querido. Sei o que é deixar partir alguém que tem o nosso sangue a correr nas suas veias; alguém que connosco partilhou momentos de alegria e de tristeza. Alguém a quem não conseguimos dizer o último ADEUS.
De repente, parece que todo o nosso mundo desabou.
Sentimos que não conseguimos mostrar e dizer o quanto amamos alguém e sentimo-nos minúsculos.
A amargura apodera-se de nós. Resignadamente sentimos a angústia na nossa alma e lamentamos as nossas mágoas.
Todavia, a nossa vida continua e temos de os deixar partir em paz...
... Para que possam velar por nós e continuem a acompanhar-nos nos momentos de tristeza e de alegria, para que nos encham a alma de luz e de serenidade, para que nos façam acreditar de novo no amor.
Nesta hora de conternação, quero que sintas o meu afecto por ti.
Ainda que o tempo e o espaço nem sempre permitam exprimir os nossos sentimentos, quero que saibas que, mesmo distante, estarei sempre contigo e o teu sorriso estará para sempre na minha lembrança.

Desejo

Trocam-se olhares indiscretos, anunciando o desejo que nos une e nos consome a alma e incendeia o nosso corpo.
O meu corpo anseia pelo dia em que os nossos corpos se vão unir numa louca paixão.
Já não aguento mais!
Inflamam-se os meus sentidos cada vez que penso em ti. Todo o meu corpo estremece.
Fecho os olhos e vejo-te.
Consigo sentir as tuas mãos a percorrerem-me e a acariciarem-me.
Os teus lábios tocam nos meus e selamos o nosso encontro.
Colam-se os corpos, unidos e, como um só, arrebatamos e explodimos prazer.
Que loucura!
Que atracção!
Não consigo resistir. É mais forte que eu...
Até quando vou deixar este desejo continuar a tomar-me o pensamento e a corroer-me?
Sinto que o nosso encontro está para breve e nesse dia deixar-me-ei levar pela loucura...
Nesse dia soltarei o meu grito de liberdade!

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Despertar

Sinto-me a despertar de um sono profundo que me consumiu a alma no Inverno sombrio da minha existência.
O Sol começa a romper e a invadir-me todos os sentidos com cheiros, cores e sentimentos primaveris.
Tal como uma flor na Primavera, sinto-me desabrochar. Os raios de Sol acariciam o meu rosto e revejo-me a viver com mais força e plenitude.
Desejos profundos arrastam-se languidamente até ao meu corpo e sucumbo de prazer.
Deixo-me levar por esta loucura, apenas no mais íntimo do meu pensamento e sinto-me livre!
Livre para voar, para projectar os meus sentimentos e os meus desejos em ti. Aqui ninguém me pode deter e eu deixo-me ir, até ficar retida num sonho proibido.
A minha memória sacode o meu corpo e estremeço. Não consigo parar. Estou em êxtase e sinto-me vibrar.
Lentamente recupero para a realidade, viva, feliz por te ter encontrado e por fazeres parte da minha Primavera, onde tudo exala vida e me vejo renascer.
Tudo é possível, tudo se constrói, nada parece aniquilado.
Alguns anos se passaram, vendo passar a minha vida sem a conseguir agarrar...
Todos os meus sonhos se desmoronavam aos meus olhos, tal como os castelos de areia construídos à beira do mar bravio.
O tempo passou e a minha vida estagnou e eu nada podia fazer...
Atrofiada...
Por medo? Cobardia? Amor?
Nem mesmo o amor mais forte suporta tantas desilusões!
A chama apaga-se.
Procura-se novo alento.
Os nossos caminhos cruzaram-se numa tarde de Primavera e tu lá estavas lindo, sereno...
"Quando alguém se cruza no nosso caminho, traz sempre uma mensagem. Encontros fortuitos são coisa que não existe. Mas o modo como respondemos a esses encontros determina se estamos à altura de recebermos a mensagem".
O nosso encontro não foi fruto do acaso.
Que mensagem nos espera?
Estaremos à altura de a receber?
Abandono-me ao sabor destas sensações que emites em mim.
Serenidade... Paixão... Esperança... Vida!...
E renasce assim uma nova MULHER!

Mundo de incertezas

Estou envolta num mundo de incertezas.
Sinto-me cercada como uma presa que não tem para onde fugir.
Vejo-te em toda a parte e não te vejo em parte alguma.
Desespero...
Choro e rio...
Atormento-me e acalmo-me...
Quero-te e não te posso querer...
Sinto dor, sinto prazer...
Prazer ao pensar em ti, ao imaginar sentir o teu corpo colado ao meu.
Deitada na areia escaldante, imagino-me como um rio que desliza as suas águas no teu leito macio, para depois me acalmar na tua foz. Logo de seguida sou lançada ao mar e recomeça a minha inquietude.
Não consigo deixar de pensar em ti. Parece loucura!
Não sei o que fazer.
Preciso esquecer-te, mas não quero.
Eu queria ter-te aqui, queria estar perto de ti...
Porém, só agora os nossos destinos se cruzaram e outros valores se apoderaram das nossas vidas.
O desejo é forte!
Até quando vamos conseguir resistir?
Preciso do teu abraço forte para apaziguar o meu espírito ou para incendiá-lo ainda mais...
Que sensações antagónicas que tenho dentro de mim! Não sei como lidar com elas.
Sinto o teu toque suave a percorrer o meu corpo e sinto as minhas mãos tocarem o teu.
Fecho os olhos e os nossos lábios trocam beijos ardentes de paixão!
Sou interrompida por um despertar que me volta a atormentar e volto a ficar envolta num mundo de incertezas...

A dor da verdade

Acusas-me de chorar e de gritar mentiras, quando só te digo a verdade.
Não é só a ti que dói a verdade. Também a mim me dói saber que não posso depositar os meus sentimentos em ti, ou simplesmente libertar-me para poder amar outra pessoa que me permita materializar esta paixão.
Neste momento apenas podemos viver este amor na imaginação e perdemos sem nunca termos ganho coisa alguma.
Despedimo-nos, sem nunca nos termos encontrado.
Choramos as nossas mágoas pela noite fora, sem conseguirmos secar as nossas lágrimas, por promessas que nunca nos fizeram.
Reclamamos a saudade do beijo apaixonado que nunca nos deram.
Exigimos que preencham o espaço vazio da nossa cama ao lado do nosso, sem termos esse direito, pois esse alguém já partilha o seu leito com outra pessoa, ou então somos nós que estamos presos a outro.
Todos estes sentimentos fazem crescer o egoísmo em nós e aguçam-nos o ciúme por quem nem conhecemos e sofremos por não conseguirmos concretizar a nossa paixão.
Sentimos paixão, fantasiamos momentos em que nos entregamos sem pudor, para de seguida adormecermos cansados nos braços de quem tanto amamos ou contemplarmos o seu rosto adormecido pela madrugada que nos pode agora aquecer.
E sorrimos, para logo não pararmos de chorar, porque afinal a madrugada continua fria e tudo não passa de um sonho que temos sem dormir.
Dói! E tentamos adormecer para acalmar a dor e, quem sabe, podermos sonhar um pouco mais.
Esperamos amanhecer e no despertar desesperamos por saber que não conseguimos alcançar esse ser que nos impregna o corpo e a alma com ideais impossíveis, com sensações nunca antes vividas, que nos traz desaforo e alegria, choro e sorrisos, calma e agitação... E a dor regressa. Ou será que nunca desapareceu?
Os meus olhos marejam-se de lágrimas ao recordar as palavras que se escapam dos teus dedos nas noites em que estamos juntos sem nunca estarmos.
Sim, é como um vício. Percorre-nos o corpo e a mente, está presente em todas as horas, todos os dias sem nunca nos largar, sem nunca estar presente.
Mas não. Não fecho os olhos ao abraçar-te para me imaginar nos braços dele. Não te faço carícias supondo que são os cabelos dele que afago.
É a ti que eu abraço. É a ti que eu passo a mão no rosto, tentando em vão apagar a tristeza que nele se espelha, porque apesar de não te conseguir amar como desejas, não consigo também rejeitar-te, pois no fundo és o homem que idealizei, mas que chegou quando o meu coração já estava prisioneiro de uma paixão como a tua.
E sofro... E choro...
Sofro por sofrer e por te ver sofrer.
Choro ao tentar juntar os pedaços que sobram dos meus dias de melancolia e por te ver chorar.
Choro porque me acusas de chorar mentiras!

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Vida e mar...

Peço ao mar que escute o meu grito de dor e choro em silêncio.
O mar ouve-me e responde com o seu murmúrio.
Tal como o mar não pára, também a vida se renova; nada é igual.
Cada onda que se levanta é diferente da outra que se aproxima e tudo se enche de alegria e outras vezes de temor.
Por vezes comparo a minha vida ao mar revolto, onde cada onda é uma incerteza, onde só consigo escutar os sons que me atormentam e me fazem sofrer. Depois vem a calma quando penso em ti e o mar transforma-se.
Deixo-me embalar nas suas vagas e deixo-me levar para longe, onde só me encontro contigo, afastados do mundo.
O meu coração bate descompassadamente quando te avisto nos meus sonhos. Os nossos corpos juntam-se num acto mágico e transpiramos prazer.
Não consigo deixar de pensar em ti. Invades-me o pensamento. Não sei o que sinto.
Quero esquecer-te, mas o coração bate mais forte e não permite. O que é que eu faço?
Não quero magoar ninguém. Não seria justo. Assaltam-me sentimentos de culpa...
Sinto-me dividida, tal como as vagas que se quebram no mar e não sei que rumo tomar.
Quero paz! Preciso de paz!
Mas o mar não pára de se agitar. Este mar que me traz vida, mas que atormenta a minha alma.
Sinto a paz e ao mesmo tempo desassossego quando ouço a tua voz, tal como quando ouço o murmúrio do mar, a quem eu peço que escute o meu grito de dor. Mas eu não entendo o que ele me diz...
Queria ser tua e que tu fosses meu.
Não!
Falta-me a coragem e invadem-me sentimentos incertos no silêncio da minha alma, interrompidos pelo som das vagas no oceano imenso.
Sinto-me perdida. procuro-te e só te encontro nos meus sonhos. Então fecho os olhos. Tento alcançar-te, mas estás tão distante...
As horas passam devagar e eu anseio ver-te.
A noite tarda a chegar. Quero dormir para contigo poder sonhar e assim estar perto de ti.
Mas o sonho não é real e volto a gritar de dor.
Só me resta esperar, tal como os homens do mar, quando anseiam pela recompensa da pescaria.
Há que ser cautelosa neste mar da vida, que nos enche de alegria e outras vezes de temor.

Preciso...

Preciso...
Preciso de colo, preciso de carinho...
Sentir-me segura e amada e ficar sossegada, a sentir as tuas carícias e a tua respiração.
Estou envolta numa solidão!
Queria sentir-me de novo pequenina, tal como uma criança que necessita de colo para se acalmar.
Quero os teus braços fortes a envolverem o meu corpo num suave aperto.
Sinto a tua falta. Sinto falta de um ombro amigo que me escute e me compreenda, sem nada perguntar.
Não quero que me questionem. Somente que me escutem.
Já não aguento mais!
As lágrimas correm-me pelo rosto, sem saber qual a razão. Ou será que sei e não consigo admitir?
Já não sei se o amo ou se vale a pena continuar a investir nesta relação...
Só queria estar perto de ti ou então ver-te ao longe... Apenas ver-te e sentir a tua presença, o teu olhar.
Julgava já estar bem.
Assaltam-me novamente os pensamentos e vem o desespero, a angústia, um aperto, um arrepio, uma mistura de sensações que por vezes não sei descrever.
Quero-te e não te quero!
Não consigo controlar o meu desejo.
Não consigo acalmar o meu coração.
Já é tarde e o sono tarda em chegar.
Fecho os olhos numa tentativa de te ver.
Eis que vislumbro o teu rosto e vejo-te a caminhar para junto de mim. Então as nossas mãos tocam-se e a nossa paixão é selada por um beijo quente e profundo.
Não! Não quero acordar!
Mas a realidade é mais forte que o meu sonho e desperto...
Desperto de novo para para a minha vida, para a minha solidão...

Pensamentos incertos

Já se passaram alguns anos.
As feridas já fecharam, mas as cicatrizes profundas continuam a dilacerar o meu coração.
Cada vez que penso nesta relação tenho vontade de chorar e fico sem saber o que fazer. Sinto-me incapaz de apostar. Já não vislumbro um futuro feliz. Vejo, isso sim, um percurso amargo, minado de desconfianças, discussões e vontade de jogar tudo para o espaço...
Mas depois, os compromissos que assumimos assaltam-me o pensamento e o meu espírito volta a penar.
O que posso fazer?
Será que estou a ser egoísta ou será que nem sequer consigo pensar em mim?
Peço!... Peço a todas as entidades superiores que me ajudem a retirar esta confusão que me consome dia após dia, que me faz acordar de madrugada e que faz rolar lágrimas de desespero pelo meu rosto.
A tristeza e a frustração apoderam-se da minha alma e fazem-me chorar e querer gritar.
Gritar!
Gritar bem alto contra todos e contra ninguém.
Invadem-me pensamentos incertos, no silêncio da minha alma, interrompidos pelos gritos das crianças e pelo cantar das aves. Imagino um novo amor.
Sinto-me perdida e só no meio da multidão. Procuro-te e não te encontro. Fecho os olhos e vejo-te. tento chegar-te, mas estás longe... estás distante... Não vejo o teu rosto...
E eu estou aqui à tua espera.
As horas passam devagar e eu anseio ver-te.
A noite tarda a chegar. Quero dormir para contigo poder sonhar e assim poder estar perto de ti.
Estou triste... Não te vejo... Vem para junto de mim!
Olha-me com esse teu olhar doce e penetrante, que parece ler todos os meus pensamentos.
Sinto-me bem. Não! Sinto-me confusa! Sinto-me triste! Que misto de desaforo e euforia!
Esto descontrolada. Não sei o que pensar. Só me resta escrever e esperar.
Esperar que me passe esta dor e que alguém oiça o meu desatino e me console com amor...
Penso em ti novamente e nos momentos que passámos juntos.
Foram poucos os bons momentos ou será que os maus foram tão marcantes que entorpecem o meu pensamento e não os consigo recordar?
Recordo as palavras que muitas vezes me dirigiste, os teus gestos de revolta e de ódio quando me acusavas e esqueço quase tudo o que de positivo se passou entre nós. Depois vinha o arrependimento e passava... ou assim o fingíamos.
E mais um dia, mais um mês, mais um ano se somava e as feridas saravam, mas permaneciam as cicatrizes...

...2005

Mais um desabafo hoje, quase no terminus do ano.
2005 está a chegar e o meu sofrimento continua.
De vez em quando assaltam-me as dúvidas, as angústias, os receios, os anseios... Dá-me vontade de chorar, mas então penso... penso nos meus filhos e que tenho que despender de todas as minhas forças para continuar a dar-lhes amor e carinho.
Quanto à minha dor, essa continua bem forte.
As feridas saram, mas a dor... Ah! essa está lá no meu peito, oprimindo o meu coração.
Por vezes parece que vivo num pesadelo que nunca mais acaba. Vivo sobressaltada pela ideia de que, apesar de fazer coisas normais, nas mentes doentes e maldosas, transformam-se nas piores atitudes do ser humano.
A falta de respeito e de humanidade chegou à minha vida.
Sou oprimida, acusada, humilhada, agredida. Nestas alturas há um grito interior que clama: "Chega!"
...De seguida vêm os pedidos de desculpa, o "amo-te" e, mais uma vez, o benefício da dúvida, a esperança de que cheguem os ventos de mudança.
Até quando isto vai durar?
Todos os pesadelos têm um fim, quando acordamos...
Qual será o final deste?
Quando vai ser o acordar?

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Amor impossível...

Choras?
Choras por um amor impossível, porque tu já pertences a alguém e o coração de quem amas não te ama com o mesmo fulgor que o teu. Esse coração está entregue a outro. E choras...
Também eu choro por me sentir o pior dos mortais, quando te vejo sofrer.
Como eu queria mandar no meu coração e dizer-lhe:
"_ Vai! Ama aquele homem que te adora! Vai! Sê feliz e fá-lo feliz também!"
Mas ele teima em não ouvir a voz da razão.
Contudo, mesmo que ouvisse, também tu já pertences a alguém e o nosso amor continuaria a ser impossível... E a dor permaneceria.
Porque continua o coração a preparar-nos estas armadilhas?
Para nos pôr à prova?
Para provar o quê?
Que somos seres racionais, que apesar de estarmos perdidamente apaixonados conseguimos resistir à tentação carnal?
Como sobreviver sonhando com esse alguém inalcançável, com quem desejamos ardentemente estar, mas não podemos tocar?
Dói e choras...
Dói e choro eu também...
Choramos em separado, mas juntos por uma mesma causa diferente.
Como seria mais simples se chorássemos um pelo outro!
Sinto o teu sofrimento, porque também eu sofro da mesma forma.
Vivo numa gaiola dourada que tem a porta aberta para eu poder voar quando quiser. Espreito por essa porta, abro os olhos para o mundo, mas não me atrevo a voar, as minhas asas não se movem.
Sinto-me prisioneira, como se dependesse de alguém que me pegasse com as mãos para me largar de seguida e me obrigasse a voar, deixando a brisa levar-me para onde quisesse...
Enquanto essas mãos não vêm, eu deixo-me estar imóvel, aninhada na minha gaiola dourada, a ver passar aqueles que me contemplam.
E vou-me deixando ficar...
Vejo um ser puro que se aproxima e que me quer, tal como uma criança que namora o brinquedo há muito desejado, mas eu não estou preparada a deixar-me ir.
Ouço o teu coração chorar em silêncio, quero abraçar-te, mas fico entorpecida, sem conseguir mover-me ou dizer algo que te console.
Pelo contrário saem-me da alma as palavras que te magoam, que te causam amargura e desilusão, e que me lembram que também eu estou magoada e que vivo num mundo onde só é possível amar através do sonho, onde eu não posso tocar, apenas sonhar...
Desistes por hoje.
Vais embora e nada mais dizes.
E choras...
Também eu choro por te sentir chorar...

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Sonho

Não posso desistir do meu sonho, quando tu és o meu sonho!
Acordo para mais um dia, em que anseio ver-te e ficar nos teus braços, sentindo o teu calor, ouvindo as nossas respirações ofegantes...
Magoa-me saber que pensas que quero mais alguém, quando és só tu quem eu quero.
Ouço um grito interior que teima em ficar mudo, quando quero extravasar aquilo que sinto por ti. Como eu queria gritar para o mundo a plenos pulmões, mas a voz da razão faz-me calar o grito que fica entalado na minha garganta e sufoca-me!
Quero que acalmes as águas revoltas do meu ser quando penso em ti e sinto que não te posso ter...
Quero que sejas o meu porto seguro nas águas serenas de um rio que corre com destino ao mar. Um mar que se agita, que brinca, que vibra de vida... tal como eu me sinto quando estou junto de ti.
Sossega-me... Agita-me... Faz-me viver... Faz parte do meu sonho acordado...
Sonho contigo e desperto. As mãos escorregam pelo lugar frio ao meu lado. Um espaço que eu queria que fosse teu, que te pertencesse. Fico acordada e invadem-me os ciúmes. Ciúmes de quem partilha contigo o teu leito, no lugar que eu queria que fosse meu, onde eu te poderia contemplar enquanto dormias, onde eu te poderia abraçar e sentir o teu calor, enquanto tentava também eu adormecer.
Nada mais resta que o silêncio da madrugada. Um silêncio atroz que me fere e mata por dentro, que me faz sofrer.
Mais um dia sem te ver, mais uma noite sem te ter...
Somam-se assim os dias e as noites e eu continuo a sonhar.
Valerá a pena sonhar?
Valerá a pena continuar a adormecer aguardando os sonhos onde tu entras, mas onde eu não te posso tocar?
Desespero. Fico sem saber o que fazer e acordo.
Acordo para mais uma madrugada fria e olho para o lugar vazio ao lado do meu, que poderia ser teu.

Mais um dia sem ti...
E assim se somam os dias e se diminuem as esperanças, aguardando por um breve momento contigo, onde preencho parte do vazio que há em mim. Um momento onde consigo ser feliz e onde por instantes esqueço a dura realidade em que vivo, onde restam depois apenas os sonhos não vividos por inteiro.
Espero por ti. Espero e tu não respondes às minhas solicitações...
Estarás muito ocupado?
Não pensarás mais em mim?
Responde-me!
Diz qualquer coisa, por mais banal que seja...
Tira-me desta ilusão. Diz-me para ter juízo, pede-me para te esquecer, pede-me para acordar.
Ou então faz-me acreditar que o meu sonho pode ser possível e que não posso desistir, pois pior que morrer é deixar um sonho morrer.
Valerá a pena sonhar?
Amanheceu... Acordo para mais um dia...
Irá o sonho esvanecer-se?...

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Traição?...

Traição?...
Não, não posso falar de traição, daquela que se consuma com o selar de um beijo ou com a junção de dois corpos.
Os meus lábios e o meu corpo pertencem a um só homem, aquele que eu sempre amei. Sim, porque eu sempre te amei!
O que houve então?
Houve a procura de palavras amigas, de alguém que falasse a mesma linguagem que eu, que me compreendesse e que nada me pedisse em troca, a não ser, também, a minha compreensão e amizade, nos momentos bons e maus.
Falei-te muito dessa amizade, sim... Se calhar para te provocar... Mas tu não compreendeste...
Perdoa-me se te suscitei muitas dúvidas, mas foi só para te acordar desse sono profundo em que te encontravas, para que soubesses que existo e que havia alguém que me escutava, que ouvia os meus problemas, que me deixava desabafar. Há muito que havias deixado de me ouvir. Sentia-te ausente.
Perdoa-me, pois hoje sei que mexi nas areias movediças que se atravessaram nos nossos caminhos e que, por mais segura que seja, poder-nos-íamos ter magoado ainda mais, apesar de nos amarmos.
Sim, porque eu sempre te amei.
Eu sempre te amei...
Tantas palavras cheias de mágoa, seguidas de silêncio que quase me enlouqueceram, que me confundiram os sentimentos...
Hoje eu sei que sempre existiu amor, porque eu sempre te amei.
Eu sempre te amei...

Filha

Ainda não viste a luz do dia...
No entanto, sinto que me pertences, desde o dia em que soube da tua presumível existência.
És minha! Pertences-me! És parte de mim! Amo-te!
Desde o primeiro dia que senti que és a filha que sempre desejei. A minha filha...
Juntamente com o teu irmão, são o elo que une a nossa família, que nos fazem valorizar a vida, que nos fazem lutar e acreditar no dia de amanhã.
Perdoa-me se te tenho feito sofrer dentro de mim.
Perdoa-me se sentes o meu sofrimento que só a mim me diz respeito.
Eu devia ser o teu porto seguro, inabalável, mas sinto-me incapaz, pois as mágoas têm sido muitas. O choro, por vezes, parece não terminar, a tristeza reina dentro de mim e não tenho vontade de viver mais...
De súbito, sinto a tua vida e tenho vontade de lutar mais um dia.
Um dia após o outro, com fé e esperança que o futuro nos sorria e que tenhamos momentos de felicidade.
Sim, digo momentos, pois a vida não é plena de felicidade.É feita de momentos que vamos relembrando ao longo da nossa existência.
Mas só de vos sentir parte de mim, eu sou feliz!

Nuvem de fumo

A luz que nos une parece que se desvanece como uma nuvem de fumo, num dia de Verão, onde sopra uma leve brisa.
As minhas lágrimas escorrem-me no rosto, à medida que eu sinto a chama do nosso amor a apagar-se.
Não! Não pode ser!
Um amor destinado para nós desde que nos vimos naquele dia de Inverno e que cruzou os nossos caminhos, não pode terminar assim...
Onde pára aquela magia? Onde está a força imensa que nos fazia lutar? Ou seria tudo ilusão?...
Temos que lutar...
Mas por vezes sinto que só eu luto e então penso:
Porque hei-de lutar?
Para quê lutar?
Porque hei-de pensar numa pessoa que tem demonstrado pensar somente naquilo que lhe interessa? Numa pessoa que diz ter perdido a própria fé e que só pensa nos seus próprios ideais enquanto ser mortal?
Como posso confiar em ti?
Como posso pensar numa pessoa que por vezes não pensa em si próprio e deixa que um intruso lhe trace as linhas do seu destino e lhe consuma a alma?
Como posso confiar em ti, que deixas esse intruso permanecer nas nossas vidas?
Esse intruso é como um estranho que andou escondido durante anos a vigiar os nossos passos, para saber qual o melhor momento de começar a destruir, pouco a pouco, as nossas vidas.
O nosso destino era sermos felizes. Nós e os nossos filhos, frutos do nosso amor. A nossa família apenas, sem esse intruso, esse monstro que está a consumir a nossa luz.
Afasta-te das trevas e volta a ser nosso!
Volta para nós, que sentimos tanto a tua falta, do homem que nos protegia, nos amava, que não deixava nada nem ninguém intrometer-se no nosso destino, aquele que tinha fé!
Volta a ser parte da minha luz...

Folhas de Papel

Minhas folhas de papel...
As únicas com quem posso realmente desabafar, que me compreendem, mas que infelizmente não me dão respostas...
Há já algum tempo que não necessitava de vos falar. Ou talvez tivesse receio de o fazer. Hoje chegou novamente esse dia.
Há alturas da nossa vida em que surgem dúvidas.
A fé.
Será legítimo perdê-la, revoltarmo-nos contra quem nós sabemos que é Omnipotente e que nos governa o nosso destino?
Com que direito questionamos aquilo que nos está destinado, a partir do momento em que pedimos para voltar?
Com que direito se pede a uma pessoa para não dizer aquilo que nos vai na alma?
E serão estes os pensamentos que te vão na alma?
Quando mos transmites peço a Deus que não te ouça, que te perdoe e tenho esperanças que não sintas aquilo que dizes. Tenho esperanças que sejam blasfémias, fruto de uma substância que te faz falar assim, que faz com que te transformes num homem que nunca desejei conhecer.
Essa substância... Esse líquido... Esse veneno... Repugna-me! Tenho nojo e ódio quando falo nele!
Destruidor de lares! Foi ele que tirou parte da minha alegria de viver.
Por causa desse intruso tenho chorado lágrimas de sangue, pois ele é o causador de tanto sofrimento, o que faz repetir as palavras que magoam e destroem o mais forte dos sentimentos.
No final, quando o confronto de ideias termina, surgem as dúvidas, os sentimentos que se misturam, as recordações e os medos que nos assombram os pensamentos.
Já não tenho certezas.
Tudo é confuso! Tudo é confuso!
E só vocês me ouvem, minhas folhas de papel, mas nada me dizem...

Filho

Meu filho!
Minha Vida!
Aquele que me faz viver e ter esperança no dia de amanhã.
Oh, Luz dos meus olhos!
És aquele por quem sempre ansiei.
És o fruto de um amor sofrido, mas herói, vencedor.
Para ti eu olho e vejo espelhado a inocência de um ser que nos ama e só nos pede o nosso amor em troca.
Cada dia que passa vejo-te crescer e cresce ainda mais o meu amor por ti.
Cada dia que passa sinto cada vez mais que a minha vida sem ti não faria sentido.
Quando te olho, lembro-me do amor que te originou, aquele que sempre soube vencer, apesar do destino duro e amargo se ter cruzado tantas vezes por nós.
Então nasceste e o nosso amor cresceu ainda mais e nós repartimo-lo por um ser inocente, que és tu, meu filho!

Porto de abrigo

Eras o meu porto de abrigo.
Sempre que me sentia só, procurava o teu colo e sentia-me segura, no meu porto de abrigo.
Sempre que me sentia angustiada, deprimida, eu procurava-te.
Podia vir a maior tempestade, eu não sentia medo, pois tinha o meu porto de abrigo.
Agora sinto-me só e não tenho onde me abrigar.
Sinto-me angustiada e deprimida e tu estás longe, mesmo estando perto.
Por vezes parece que tudo se está a desmoronar e sinto medo, sinto-me perdida, sem saber o que fazer.
Já não tenho mais argumentos. Sinto-me derrotada por algo que nem argumentos tem para me confrontar e sinto que te vou perdendo...
Volta! Volta a ser o meu porto de abrigo.
Vem e liberta-te!
Volta a ser meu!...

Sofrimento

Sofro...
Vivo num sofrimento...
Sinto-me só, mesmo sabendo que há gente à minha volta...
Quero desabafar com alguém ou apenas contemplar o horizonte sem nada dizer, apenas ouvir o som do silêncio...
Sinto tristeza e solidão...
Não sou compreendida...
Por vezes não tenho vontade de viver.
Tenho vontade de chorar e chorar até que o cansaço me vença e eu adormeça, para voltar a acordar e viver o outro dia, com esperança ou talvez não...
Vejo-me a caminhar num túnel escuro, vazio, onde apenas ouço o eco dos meus próprios passos, do meu pensamento e fico distante.
De repente, vislumbro uma ténue luz ao fundo do túnel que vai ficando mais forte à medida que dela me aproximo e me afaso do vazio e do sofrimento.
Essa Luz!... a minha razão de viver, a minha alegria, a minha esperança, a minha própria vida!
Essa luz brotou de dentro de mim e deu um novo alento à vida.
Fez-me descobrir um novo amor: forte, inquebrável, inabalável. infinito!
É por ele que vivo e luto, sem ver fronteiras nem obstáculos.
Sofro... Mas vivo...

Lutar só...

Sinto-me perdida, a vaguear sem sentido, sem rumo...
Quero ajudar o homem da minha vida, mas por vezes sinto-me sem forças, perdida...
Porquê?!
Porquê tanto sofrimento, tanta angústia?
Não aguento!
Sinto no meu coração um aperto, algo que me sufoca e me faz sofrer.
Já não tenho mais lágrimas e tenho que desabafar!
Desabafo!... Choro!... Grito!...
Sinto que tenho que ter forças, mas já se estão a escapar.
Sinto-me a vaguear, perdida...
Lutar...
Lutar para quê?
Lutar para quem quem? Por quem?
Lutar por uma causa quase esquecida.
Lutar por alguém que não merece a minha confiança, por quem já tantas vezes me apunhalou...
Lutar por alguém que continua a deferir o punhal do egoísmo em mim...
Lutar para quê?
Já me esqueci... e lembro-me outra vez...
E choro para estas folhas de papel, que são quem me ouve e me compreende.
Silêncio total... Não me respondem, não me dão solução, mas aliviam-me a alma.
Amor. Pena. Sentimentos que se misturam.
Será um? Será o outro? Talvez os dois...
Tremo! Treme o meu corpo e o meu espírito e não consigo dormir.
Sinto um nó na garganta, uma agonia.
Estou triste, revoltada, decepcionada e quase sem forças para lutar.
lutar para quê?
Lutar para quem? Por quem?
Lutar só...

O nosso amor

Ali estava eu, sentada na areia molhada, a contemplar a imensidão do mar azul.
Os seus reflexos de prata tornavam-no mágico.
O som das suas vagas entrava no meu pensamento e fazia-me sonhar.
Assim eu sonhei contigo, meu amor.
Sonhei com os teus olhos negros e meigos, que parecem penetrar a minha alma e me acalmam o espírito.
Sonhei com o teu rosto terno que conversa comigo, mesmo quando estás em silêncio.
Sonhei com o teu corpo quente, com a tua pele macia quando encontra o meu corpo e transpiramos prazer.
Sonhei com o nosso amor imenso, capaz de resistir e de ultrapassar todos os obstáculos ditados no nosso destino e que nem a distância o fará desistir.
O nosso amor é como o mar...
Imenso, forte, mágico, eterno e das coisas mais belas que Deus pôde criar!