domingo, 24 de fevereiro de 2008

Nuvem de fumo

A luz que nos une parece que se desvanece como uma nuvem de fumo, num dia de Verão, onde sopra uma leve brisa.
As minhas lágrimas escorrem-me no rosto, à medida que eu sinto a chama do nosso amor a apagar-se.
Não! Não pode ser!
Um amor destinado para nós desde que nos vimos naquele dia de Inverno e que cruzou os nossos caminhos, não pode terminar assim...
Onde pára aquela magia? Onde está a força imensa que nos fazia lutar? Ou seria tudo ilusão?...
Temos que lutar...
Mas por vezes sinto que só eu luto e então penso:
Porque hei-de lutar?
Para quê lutar?
Porque hei-de pensar numa pessoa que tem demonstrado pensar somente naquilo que lhe interessa? Numa pessoa que diz ter perdido a própria fé e que só pensa nos seus próprios ideais enquanto ser mortal?
Como posso confiar em ti?
Como posso pensar numa pessoa que por vezes não pensa em si próprio e deixa que um intruso lhe trace as linhas do seu destino e lhe consuma a alma?
Como posso confiar em ti, que deixas esse intruso permanecer nas nossas vidas?
Esse intruso é como um estranho que andou escondido durante anos a vigiar os nossos passos, para saber qual o melhor momento de começar a destruir, pouco a pouco, as nossas vidas.
O nosso destino era sermos felizes. Nós e os nossos filhos, frutos do nosso amor. A nossa família apenas, sem esse intruso, esse monstro que está a consumir a nossa luz.
Afasta-te das trevas e volta a ser nosso!
Volta para nós, que sentimos tanto a tua falta, do homem que nos protegia, nos amava, que não deixava nada nem ninguém intrometer-se no nosso destino, aquele que tinha fé!
Volta a ser parte da minha luz...

1 comentário:

poeta naïf disse...

Às vezes não há palavras, por mais doces que sejam, que possam mitigar a dor que outras provocam, sobretudo se elas vêm com o fel do vício e sofre-se e aguenta-se porque teimamos em acreditar que tudo vai mudar... Há intrusos que entram no sangue e fazem perder qualquer razão.stg