quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Pensamentos incertos

Já se passaram alguns anos.
As feridas já fecharam, mas as cicatrizes profundas continuam a dilacerar o meu coração.
Cada vez que penso nesta relação tenho vontade de chorar e fico sem saber o que fazer. Sinto-me incapaz de apostar. Já não vislumbro um futuro feliz. Vejo, isso sim, um percurso amargo, minado de desconfianças, discussões e vontade de jogar tudo para o espaço...
Mas depois, os compromissos que assumimos assaltam-me o pensamento e o meu espírito volta a penar.
O que posso fazer?
Será que estou a ser egoísta ou será que nem sequer consigo pensar em mim?
Peço!... Peço a todas as entidades superiores que me ajudem a retirar esta confusão que me consome dia após dia, que me faz acordar de madrugada e que faz rolar lágrimas de desespero pelo meu rosto.
A tristeza e a frustração apoderam-se da minha alma e fazem-me chorar e querer gritar.
Gritar!
Gritar bem alto contra todos e contra ninguém.
Invadem-me pensamentos incertos, no silêncio da minha alma, interrompidos pelos gritos das crianças e pelo cantar das aves. Imagino um novo amor.
Sinto-me perdida e só no meio da multidão. Procuro-te e não te encontro. Fecho os olhos e vejo-te. tento chegar-te, mas estás longe... estás distante... Não vejo o teu rosto...
E eu estou aqui à tua espera.
As horas passam devagar e eu anseio ver-te.
A noite tarda a chegar. Quero dormir para contigo poder sonhar e assim poder estar perto de ti.
Estou triste... Não te vejo... Vem para junto de mim!
Olha-me com esse teu olhar doce e penetrante, que parece ler todos os meus pensamentos.
Sinto-me bem. Não! Sinto-me confusa! Sinto-me triste! Que misto de desaforo e euforia!
Esto descontrolada. Não sei o que pensar. Só me resta escrever e esperar.
Esperar que me passe esta dor e que alguém oiça o meu desatino e me console com amor...
Penso em ti novamente e nos momentos que passámos juntos.
Foram poucos os bons momentos ou será que os maus foram tão marcantes que entorpecem o meu pensamento e não os consigo recordar?
Recordo as palavras que muitas vezes me dirigiste, os teus gestos de revolta e de ódio quando me acusavas e esqueço quase tudo o que de positivo se passou entre nós. Depois vinha o arrependimento e passava... ou assim o fingíamos.
E mais um dia, mais um mês, mais um ano se somava e as feridas saravam, mas permaneciam as cicatrizes...

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