segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Sonho

Não posso desistir do meu sonho, quando tu és o meu sonho!
Acordo para mais um dia, em que anseio ver-te e ficar nos teus braços, sentindo o teu calor, ouvindo as nossas respirações ofegantes...
Magoa-me saber que pensas que quero mais alguém, quando és só tu quem eu quero.
Ouço um grito interior que teima em ficar mudo, quando quero extravasar aquilo que sinto por ti. Como eu queria gritar para o mundo a plenos pulmões, mas a voz da razão faz-me calar o grito que fica entalado na minha garganta e sufoca-me!
Quero que acalmes as águas revoltas do meu ser quando penso em ti e sinto que não te posso ter...
Quero que sejas o meu porto seguro nas águas serenas de um rio que corre com destino ao mar. Um mar que se agita, que brinca, que vibra de vida... tal como eu me sinto quando estou junto de ti.
Sossega-me... Agita-me... Faz-me viver... Faz parte do meu sonho acordado...
Sonho contigo e desperto. As mãos escorregam pelo lugar frio ao meu lado. Um espaço que eu queria que fosse teu, que te pertencesse. Fico acordada e invadem-me os ciúmes. Ciúmes de quem partilha contigo o teu leito, no lugar que eu queria que fosse meu, onde eu te poderia contemplar enquanto dormias, onde eu te poderia abraçar e sentir o teu calor, enquanto tentava também eu adormecer.
Nada mais resta que o silêncio da madrugada. Um silêncio atroz que me fere e mata por dentro, que me faz sofrer.
Mais um dia sem te ver, mais uma noite sem te ter...
Somam-se assim os dias e as noites e eu continuo a sonhar.
Valerá a pena sonhar?
Valerá a pena continuar a adormecer aguardando os sonhos onde tu entras, mas onde eu não te posso tocar?
Desespero. Fico sem saber o que fazer e acordo.
Acordo para mais uma madrugada fria e olho para o lugar vazio ao lado do meu, que poderia ser teu.

Mais um dia sem ti...
E assim se somam os dias e se diminuem as esperanças, aguardando por um breve momento contigo, onde preencho parte do vazio que há em mim. Um momento onde consigo ser feliz e onde por instantes esqueço a dura realidade em que vivo, onde restam depois apenas os sonhos não vividos por inteiro.
Espero por ti. Espero e tu não respondes às minhas solicitações...
Estarás muito ocupado?
Não pensarás mais em mim?
Responde-me!
Diz qualquer coisa, por mais banal que seja...
Tira-me desta ilusão. Diz-me para ter juízo, pede-me para te esquecer, pede-me para acordar.
Ou então faz-me acreditar que o meu sonho pode ser possível e que não posso desistir, pois pior que morrer é deixar um sonho morrer.
Valerá a pena sonhar?
Amanheceu... Acordo para mais um dia...
Irá o sonho esvanecer-se?...

1 comentário:

poeta naïf disse...

Emudeço quando leio estas palavras e tanto que eu desejava que elas tivessem sido escritas para mim...