terça-feira, 2 de setembro de 2014

Seis anos

Seis anos se passaram desde que as nossas almas se uniram com promessas de amor eterno. Seis anos plenos de emoções, de risos, de sorrisos, mas também de choro em silêncio a cada despedida, pela dor que vai atravessando os nossos corações e que não deixa o nosso amor vingar inteiramente. Recordo agora os momentos que passamos juntos, enquanto o temor que me tem perseguido me ataca de novo em fúria, provocando lágrimas de amargura. Há muito que os meus dedos não rascunhavam, nem a minha mente desenhava palavras obscuras, que me afastam do mundo a que subtilmente me habituaste a viver. Hoje, seis anos passados, fomos uma vez mais assaltados pela angústia que, de tempos a tempos, teima em invadir a nossa essência. Sais numa breve despedida e os meus olhos deixam de te ver... marejam-se de lágrimas que me sufocam e me toldam o rosto. Não sei até quando vou aguentar... só Deus saberá... Parecia já ter esquecido o quanto dói quando te ausentas assim... As minhas lágrimas transformam-se agora nestas linhas que escrevo, arrastando-me nesta folha de papel, enquanto as minhas forças quase se esgotam... Hoje continuo a sentir o desejo de ser feliz, de caminhar ao teu lado ao longo da estrada da vida, sem receios ou temores dos olhos alheios, sem meias verdades que se soltam quando não devo mentir. Várias são as incertezas que me assaltam a cada hora em que penso em ti e questiono se será egoísmo aquilo que sinto. Tento alcançar as respostas na calada que nos cobre, mas somente recebo o teu silêncio, pois também tu escutas apenas o eco das dúvidas que vão permanecendo no ar... Não! Recuso esse sentimento, quando no meu coração só uma certeza continua a pairar. A certeza de que te amo, a certeza de que sou humana e que não fico indiferente quando a ausência persiste, quando a saudade teima em permanecer a cada música que escuto e me faz lembrar a tua voz, a cada imagem que recordo na minha memória e que só a nós nos pertence. A certeza de que rejeito apenas a amizade, quando aquilo que nos une é bem mais do que esse sentimento. Só quero ser feliz e amar-te. Amar-te perdidamente sem este sofrimento atroz! Vários foram os momentos em que tentei matar este sofrimento. Porém, outro maior desferia no meu peito, sem me deixar sequer respirar, pois perecia uma parte de mim. Vou ganhando novas forças para continuar o meu caminho, numa peregrinação sem termo à vista. Seis anos passados, continuo nesta luta que parece não ter fim, a tentar sorrir, quando muitas vezes brotam lágrimas de sangue na minha alma, por querer amar-te livremente...