quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Vida e mar...

Peço ao mar que escute o meu grito de dor e choro em silêncio.
O mar ouve-me e responde com o seu murmúrio.
Tal como o mar não pára, também a vida se renova; nada é igual.
Cada onda que se levanta é diferente da outra que se aproxima e tudo se enche de alegria e outras vezes de temor.
Por vezes comparo a minha vida ao mar revolto, onde cada onda é uma incerteza, onde só consigo escutar os sons que me atormentam e me fazem sofrer. Depois vem a calma quando penso em ti e o mar transforma-se.
Deixo-me embalar nas suas vagas e deixo-me levar para longe, onde só me encontro contigo, afastados do mundo.
O meu coração bate descompassadamente quando te avisto nos meus sonhos. Os nossos corpos juntam-se num acto mágico e transpiramos prazer.
Não consigo deixar de pensar em ti. Invades-me o pensamento. Não sei o que sinto.
Quero esquecer-te, mas o coração bate mais forte e não permite. O que é que eu faço?
Não quero magoar ninguém. Não seria justo. Assaltam-me sentimentos de culpa...
Sinto-me dividida, tal como as vagas que se quebram no mar e não sei que rumo tomar.
Quero paz! Preciso de paz!
Mas o mar não pára de se agitar. Este mar que me traz vida, mas que atormenta a minha alma.
Sinto a paz e ao mesmo tempo desassossego quando ouço a tua voz, tal como quando ouço o murmúrio do mar, a quem eu peço que escute o meu grito de dor. Mas eu não entendo o que ele me diz...
Queria ser tua e que tu fosses meu.
Não!
Falta-me a coragem e invadem-me sentimentos incertos no silêncio da minha alma, interrompidos pelo som das vagas no oceano imenso.
Sinto-me perdida. procuro-te e só te encontro nos meus sonhos. Então fecho os olhos. Tento alcançar-te, mas estás tão distante...
As horas passam devagar e eu anseio ver-te.
A noite tarda a chegar. Quero dormir para contigo poder sonhar e assim estar perto de ti.
Mas o sonho não é real e volto a gritar de dor.
Só me resta esperar, tal como os homens do mar, quando anseiam pela recompensa da pescaria.
Há que ser cautelosa neste mar da vida, que nos enche de alegria e outras vezes de temor.

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