quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Destino...



Quis o destino que nesta data o nosso amor fosse selado...
Quis o destino que hoje não estivéssemos juntos para a celebrar...
Quer o destino que longe ou perto a nossa lembrança não a olvide...
Quer o destino que volvidos três anos me assaltem a memória as tardes de domingo solitárias, as noites que passo sem te ter ao meu lado, os aniversários e Natal que partilhamos apenas em pensamento...
Tento rebuscar as palavras para definir aquilo que sinto. Flutuam à minha volta, brincam às escondidas no meu pensamento. Tento apanhá-las, mas não sou capaz, pois sinto cada vez mais as forças a fugirem, como se de areia se tratasse quando apertada entre os dedos...
Tudo ao meu redor evoca a tua presença: a música que escuto, o calor do sol beijando a minha face, o vento acariciando o meu cabelo, o sussurrar das ondas num vai e vem desconcertante.
Recordo-nos perdidos nos braços um do outro, sorvendo o sal das lágrimas que escorrem dos nossos olhos, fundindo-se numa só lágrima que nos pertence. Assaltam-nos pensamentos sem rumo certo, desembocando num beco sem saída ou numa estrada tumultuosa, fazendo sair gritos de dor do peito, que sangra a cada palavra que se diz, a cada silêncio que se sente...
Quererá o destino que continue a amar-te em segredo, sem certezas, com o futuro almejado apenas em sonhos?
Quererá o destino que chore a tua ausência nas longas noites em que abraço apenas a tua lembrança, nos domingos em que passeio sem ti ao meu lado, nas noites de natal em que anseio abraçar-te e dar-te todo o meu amor?
Quererá o destino que estremeça todas as vezes em que escuto uma porta abrir-se, vislumbrando o teu terno semblante a entrar na minha vida?
Quererá o destino que reprima o meu grito que quero lançar ao vento a clamar o quanto te amo?
Tantas perguntas no ar, tantas questões por responder...
Não sei se alguma vez conseguiremos a resposta...
Enquanto as respostas não alcançar, quero apenas ter tempo...
Tempo para poder descansar do peso da dor que trago no meu peito.
Um tempo onde possa chorar sozinha, livremente, para depois, mais leve, poder secar o meu rosto e lutar novamente.
Lutar por um destino...