sábado, 27 de março de 2010

Quanto mede o meu amor...

Amo-te demais para deixar este amor partir…
Amo-te demais para ser apenas tua amiga…
Amo-te demais para ser a tua amante…
Amo-te com uma força capaz de me fazer feliz por ser tua, mas de me fazer chorar por não seres meu…
Amo-te demais para me esquecer do mundo quando nos entregamos aos momentos que descontrolam os nossos corpos e consomem as nossas almas.
Prostro-me aos teus pés, ainda que não estejas junto de mim… escondo-me no recanto dos meus pensamentos, tentando por vezes em vão fugir à imagem que me assombra nas noites frias, quando te vejo esmorecer nos braços, a beijar a boca ávida, a aquecer o corpo que não é o meu…
Escorrem-me as lágrimas que não vejo… caem-me dentro do peito e magoam.
Conto os minutos para escutar a tua voz que me torna a acalmar e faz dissipar em mim essa imagem que me atormenta. Agora não é mais que um fumo que vai esvanecendo com o sopro leve de uma brisa de uma manhã morna de Verão, ao beijar as planícies húmidas de pérolas que a noite fresca deixou ficar.
Renuncio aos homens que me cercam numa avidez de abutres que aguardam ansiosamente a carcaça enjeitada.
Amor? Paixão? Desejo apenas?
Sei lá…
É apenas a ti que eu amo…
E não sei quanto mede o meu amor…