sexta-feira, 25 de julho de 2008

Esperança



Languidamente vagueiam os meus tristes e melancólicos dias numa esperança quase esquecida de me ver novamente nos teus braços e de sentir outra vez o teu calor.
Já nem escuto a tua voz… deixaste de me falar…
Ouço apenas um eco ténue que insiste em não sair do meu pensamento nostálgico.
Já não te procuro, apenas espero…
Apenas espero que tu me encontres.
Já não choro por ti, apenas deixo que a tua lembrança percorra o meu pensamento.
O meu sentimento? Parece adormecido, guardado no cofre do passado recente, esperando que tu o abras, para que ele possa viver de novo pleno e feliz, como já foi outrora.
O meu sonho? Foi apenas uma névoa numa fresca manhã de Outono… Dissipou-se e deu lugar agora a um dia sombrio.
Acordei da pior forma, sem que me acordasses. Acordei como se tudo não tivesse passado de uma ilusão, como se não tivesses existido na minha vida, quando fazes parte da minha existência.
Sinto por vezes o sabor a fel de uma despedida, quando nunca se disse “adeus”, onde no ar só ficou um “até breve”.
Cruzo rapidamente por ti. Tão rápido como se fosses uma sombra… Nem sei se és mesmo tu… Tudo pára à minha volta. Toda eu estremeço, o meu coração bate descompassadamente. Será alucinação?
Ouço novamente a tua voz… doce e meiga. Serena a minha alma. Inflamam-se-me os sentidos e renasce a esperança de te reencontrar. Só em ti eu me revejo. Só contigo eu quero estar.
Cercam-me os homens buscando prazer. Um prazer que não lhes posso dar, pois cada vez me sinto mais tua. És só tu quem eu desejo. És só tu quem eu amo.
Sou carniça atirada aos cães esfaimados. Luto para fugir, pois neles nada encontro a não ser um corpo que lhes transporta uma mente vazia e despojada de valores.
Vão-me fluindo as palavras enquanto o sono não me vence. Sinto-me cansada e quero adormecer para poder viver esta quimera. Adormeço contigo a habitar os meus sonhos. Porém os sonhos não me alimentam. Estou frágil e preciso de ti. Careço do teu afago, do teu carinho, de ouvir a tua voz numa fusão com o som das ondas do mar, de fixar o teu olhar brilhando com o encanto da claridade da lua, deitados nas dunas que já nos serviram de ninho, nos tempos em que as amarguras nunca tinham ocupado os prados verdejantes da nossa inocência.
Dizes que te queres encontrar… Encontrar-te-ias se não me tivesses encontrado? Encontrar-te-ias se eu não te amasse tanto assim? Algum dia a dor te vai abandonar e permitir que te encontres?
Perpetuam-se assim os meus dias com o desejo que ao te encontrares me encontres também e que possamos viver a história que me faz acreditar no amor.
Languidamente se somam os dias e lentamente vai nascendo um novo alento, enquanto a fadiga não toma conta de mim.
Até quando vai perdurar?


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