sexta-feira, 19 de agosto de 2011

A dor da perda



O dia adivinhava-se sereno, com os raios da manhã despontando por entre a ténue neblina que pairava no ar. Estava uma manhã fresca quando a minha dor esmoreceu um pouco ao encontrar o teu semblante calmo naquele lugar de paz soturna. A minha alma encontrou a tua no abraço que trocámos longe dos olhares indiscretos.
O corpo que te deu vida jazia agora no sossego eterno e reinava o silêncio naquela sala onde ecoava o som da nossa respiração profunda.
À medida que a hora da despedida se aproximava era meu desejo estar ao teu lado, para te confortar neste doloroso momento, para apaziguar a tua alma e poderes partilhar as tuas mágoas. Mas esse lugar já estava ocupado, embora esse se apresentasse apenas na minha imaginação. Sei que se visse, a dor seria dilacerante e poderia parecer egoísmo meu querer-te só para mim...
Apesar da distância física que por vezes nos separa, os nossos corações estão unidos em todos os instantes, embora tal atormente a minha existência, pois cada vez mais preciso do teu regaço para recolher as minhas lágrimas que escorrem de cada vez que penso que não posso mostrar ao mundo que estou ao teu lado e que te pertenço como um todo.
Agora que a hora do adeus já não pode mais esconder-se por detrás dos prantos, vislumbro no meu pensamento o teu olhar triste, outrora vibrante, pedindo que fique calma, para que possas também ficar tranquilo.
Sinto-me calma embora não possa fazer desaparecer a dor que contigo comungo, pois o teu sofrimento é o meu também.
Nesta hora de consternação apenas quero dedicar-te esta singela homenagem, mostrar o meu carinho por ti e dedicar-te todo o meu amor, almejando que a coragem e a determinação não te abandonem em nenhuma altura da tua vida.
Amo-te com toda a força da minha alma!